sexta-feira, 15 de abril de 2011

285 anos de Fortaleza: bora comemorar, mulherada!


No aniversário da cidade, as mulheres fortalezenses têm o que comemorar. A despeito de qualquer tentativa de manipulação do imaginário das nossas bárbaras, em virtude da complexidade da obra que é o Hospital da Mulher, este equipamento, erguido pelas mãos de mulheres pedreiras, será entregue no próximo ano, qualificando a vida de mulheres que necessitam de cuidados com a saúde sexual e reprodutiva. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Saúde já conduz importante política, inspirada no PAISAM - Programa de Atendimento Integral de Saúde da Mulher. A grande redução de mortalidade materna, é um só exemplo.

A criação da Coordenadoria da Mulher, conforme orienta o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, é um marco importante da Gestão Fortaleza Bela. O órgão coordena e articula uma série de políticas públicas voltadas para as mulheres, ao mesmo tempo em que atua na perspectiva da participação popular e no fortalecimento da auto-organização das mulheres como sujeitas de direito. As conferências, ciclos de participação, seminários, atividades festivas, com destaque para o bloco Adeus Amélia, tem despertado muitas fortalezenses para a participação política e o exercício da cidadania plena.

O Centro de Referência e a Casa Abrigo para mulheres em situação de violência, inaugurados na primeira gestão da Prefeita Luizianne, vão no bojo do Plano Nacional de Erradicação da Violência contra as Mulheres e são equipamentos fundamentais, haja visto que a violência doméstica e sexual, pior expressão do machismo, ainda é constante e requer atendimento especializado para quem está nessa situação.

A luta histórica do movimento feminista, de que é papel do Estado assumir os cuidados com a família, papel imposto às mulheres pela divisão sexual do trabalho, tem resposta da Prefeitura de Fortaleza através da ampliação do número de creches. Vale destacar o Programa de Cozinha Popular, que, além de gerar renda para as benificiárias, socializa o trabalho doméstico já que o preço da refeição é subsidiado pelo governo e retira das mulheres dos bairros, onde o programa acontece, a "tarefa" de cozinhar para a família.

As políticas de Assistência Social têm, também, contribuído para melhorar a vida das mulheres. O programa de organização produtiva por exemplo, capacita e direciona as mulheres para atividades econômicas. É uma porta de saída do Programa Bolsa Família e atingirá 10% das beneficiárias.

Ressalta-se, ainda, as políticas de regularização fundiária e habitação popular, onde o papel da casa é no nome da mulher, a política de mobilidade urbana, que, através da passagem mais barata, integração temporal e tarifa social, permite que as mulheres saiam do espaço privado e vivenciem o espaço público, historicamente, destinado aos homens.

Além de muitas ações que ainda poderiam ser citadas, as mulheres de Fortaleza têm outro motivo de orgulho: nossa cidade é governada por uma mulher, que encarna o espírito guerreiro de Bárbara de Alencar e conduz o governo com pulso firme, sem perder a ternura, como guevariana que é. Uma mulher que às 6h da manhã já está de pé, ensinando o dever do filho, como outra qualquer do planeta. Que sempre compreendeu a dimensão das relações de gênero e se posiciona, desde o movimento estudantil, pela igualdade entre homens e mulheres. Uma mulher que como tantas outras que assumem cargo de chefia, sofre com o machismo e o preconceito, que tenta, a toda hora, lhe dizer que aquele não é o seu lugar.

Luizianne, assim como Bárbara de Alencar, Maria Luiza, Raquel, Lalá, Fátima, Helena, Nágela, Luíza, Patrícia, Nadja, Lourdes, Lídia, Ana Maria, Ana Javes, Ana Edite, Dona Edite, Isabel, Íris, Roci, representa a força e a garra das mulheres dessa cidade, terra da luz, loira, como ela, despojada pelo sol. Viva os 285 anos da nosssa cidade-mulher. Viva as mulheres de Fortaleza!

Ticiana Studart, cidadã de Fortaleza, membro da Executiva Estadual PT CE, Militante Feminista

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